terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A Camaleoa


Em seus pontos de amores,
Em seus desdobros de cores,
Camuflada, nata esquiva,
Ora arco-íris, outrora oliva.

Mansa e mulher, olhos vorazes
Que comem a presa bem antes da morte,
Achou, a leoa, um consorte
Mutável em dezenas de rapazes.

Com seu encanto, roda o campo,
Dona, cativa, das cores do monte,
Brilha e me embriaga, de seu horizonte.

Não tenho a graça de um pirilampo,
Por que ainda persiste em provar?
Na certa, nasceu sem paladar!

-  e. reis -

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Nosso


Encontrei você na mais bela das mais belas e inesquecíveis noites. Seu olhar penetrou-me como um relâmpago fatal que se projetava em um céu esplêndido, intangível; revelando-me um amor perfeitamente tangível. O suntuoso luar de abril, refletido em seus doces olhos, ficara ainda mais intenso, interpelando-me a cada segundo: - Que será o amor?
Meu corpo, por sua vez, reagiu com um olhar inflexível, calculando a distância até o nascer do rio que fluía do teu sorriso. Os meus pés agora alçavam o cume das montanhas que dantes sonhara. Encantamento invencível, tua voz surgia no meio das muitas vozes, elevando os sentidos que habitavam meu coração e memória. 
Por traços traiçoeiros seguimos distantes... 
Cansados desse "tentar sozinho", unimo-nos em ternas certezas, caminhando de mãos dadas em direção as respostas para esta indagação, vendo o oceano que o nosso "nós" transformaraá em cor. Sombra, para os dias de sol; refúgio, para os dias de frio. O cais da esperança, que será eterna, é o NOSSO amor.